I
Irremediavelmente sinto saudades de algo que não sei!
É como se tivesse vivido uma outra vida! Um outro ser
que me prende em seu caminho de esperanças fugidias,
autónomas de meu consciente! Irremediável eu o sei!
Mas será que consigo equilibrar, com o que espero ser,
todo um passado obscurecido de névoas por categorias?
Vivo! Logo existo pelo menos para mim e para os meus!
Os que me conhecem que é o que sou! Neles me ramifico
neles sou! Nos restantes se não me sabem como o posso?
Vivo então! Para mim acima de mim! Para céus se meus!
E nos que me fizeram acreditar e aprender e me sacrifico
pelos meus! Dos que não me conhecem apenas me roço
por seus acreditares mais subconscientemente reflectidos!
E os tomo como meus! Acredito! É o que me sobra sim!
Vivo no que julgo! Sou a projecção desses sentimentos!
Sou os pomares de frutos maduros que ainda não colhidos
devo urgentemente recolher sob penas de que sendo assim
nenhum dos Deuses se me prontifica em seus momentos!
Vou em meus sonhos! Sim vou! Gosto de voar e obliquar!
Mas convém que me horizontalize e verticalize também!
Pisar com olhos de pisar o terreno em que me movimentar
apenas um pouco! Terra acima de tudo! Mas por baixo!
Ainda! Quero conhecer o que sou e ao que vim! Alem!
Alem está o que quero? Projecção de futuro que encaixo
como meu! Meus sonhos alem! Mas que faço? Luto bem!
com cortesia mas devo lutar pelo que julgo bom! De paz!
Como? Lutando sem garras, sem intermitente movimento
de desconexão com o que espero! O melhor para a Luz!
Que luz? Se tudo luz e é luz! Então de tudo se é capaz!
Lutemos então pela Luz! A paz a nós reflectido o vento
que cobiça ajudar a caravela por caminho que introduz
novos amares e olhares!
II
Reorganizo-me na sofreguidão de me mostrar assim
como o sou! Agenciado para momentos de montra!
Manequim do que julgo conveniente! Faço até moda!
Modelizo-me ao movimento do equilíbrio de carmim
esquecendo defraudadas expectativas que me encontra
o espírito, sedento de futuro, quando nem vê a roda
do presente reflectindo meu passado perpetuado no já!
Mas reflicto! Reflicto sobre o que quero para os meus!
Os que me sabem, os que nem imaginam meu esforço
por transportar de mim meus Céus no reflexo que há!
Comungo do lugar comum que todos os astros em seus
variantes esperam! Sou tudo e nada no todo do esboço!
Mas sou algo! Algo se ajuda! Ajuda ajudando no amar!
No sorriso pelo menos! Como principio multiplicador
de energia agilizadora de enformações materialmente
relevantes para a alma, se completas no seu multiplicar
de constâncias desfasadas de medos, tecendo o cobertor
da esperança constante do amor! Amar universalmente
nem que seja um pouco pode exponenciar esperanças!
E que força elas têm em suas reconstruções de razões
antes perdidas para medos reflexos de desassossegos
constantes da índole, que julgando cobra espeta lanças
em corda no escuro, destruindo eventuais valorizações
que lhe poderiam antever futura paz a mar de sossegos!
Seria eloquência do amor conseguir por ideal nas nações
como apego mais relevante o beneficio pelos modos!
Mas é essa eloquência positiva reflexo que devo fomentar
em mim, contribuinte de imposto que imposto eu supus
quando criança! Se me vão apagando os dias os fogos
não o devo deixar! Quero luzir esperança e sarar o ar
que cobiça ajudar a caravela por caminho que introduz
novos amares e olhares!