Ps:

Não liguem à eventual junção da musica com a poesia. Ainda n me dei a esse trabalho... nem sei se me vou dar... mas gostava... um dia
Alias... nem liguem à poesia... ainda n me dei ao trabalho... tenho mais que fazer... isto são só laivos de uivos à lua... mas gostava um dia...

Friday, December 31, 2010

Olhaivos ascéticos religiosos

Tomai o que procurais se sim
Tornaivos vaidosos
Tormaivos com alecrim
E pois que sim que é
O que é
E depois pisaivos assim
Que é o que é
E pois que sim
Assim
Tomávios ascéticos.
e

Idolatria

Eis a idolatria do subconsciente:
Viviam os idolatras nessa feitoria remanescente
Viviam o que viviam
Os idolatra dores viviam assim
E não sabiam.
Até que ficaram a saber que idolatravam
E escolheram se queriam idoltarar
Ou não
Os que não chegaram a saber que idolatravam
Não poderam escolher
Se idolatrar ou não.
Eis a consciência da idolatria
A partir de aí ou daí
É uma questão.

Thursday, December 16, 2010

O dia que me morreu

Porque foi que me morreu o dia?
Como foi que me morreu o dia?
Que fiz eu para merecer essa moradia
Que me abrigou? …

Que razão dei eu a essa coisa
A que chamo o tempo que poisa
Na consciência das tarefas?

Sinto a mim a nostalgia
Desse dia que me morreu
Porque sem me dar em conta.

Sou o mago de uma maquinaria
Que me faz perder o dia.
Mais por me esconder (escolher a fantasia)
Do que por outra coisa qualquer.

Wednesday, December 1, 2010

Abdominais

Há uma mulher
com quem tinha um compromisso.

Levava-mos a noite
a beber
a comer
a conversar
E quando já nada o fazia prever
fazíamos o amor.

Outras vezes trocávamos a posição
das tarefas ritualizadas. E fazíamos o amor
Ou no inicio ou pelo meio,
Ou no inicio e depois pelo meio. Enfim.

Numa dessas conversas perguntei-lhe:
- Que gostas mais em mim?
Ela respondeu: - Os abdominais!

Percebi que o que ela queria não era conversa
Era ver os meus abdominais
em expansão-regressão sob seu corpo desnudado
e ansioso a cada regressão por uma nova expansão.

A partir daí
começamos a conversar muito pouco.

Saturday, November 13, 2010

Uma e outra vez e outra ainda

Nada há de mais belo
Que o cantar de um pássaro.
Já o disseram muitas vezes.
Mas eu digo-o uma outra vez.

Nada há de mais belo
Que o sorriso de uma árvore.
Já o disseram muitas vezes.
Mas eu digo-o uma outra vez.

O cantar de um pássaro
leva-nos para esse mundo
que antes do nascer procuramos.
E procuramos uma e outra vez.

O sorriso de uma árvore
recorda-nos o que somos.
E procuramos uma e outra vez.

O valem

Cada minuto que passa é menos um.
Um que já passou e se foi no obséquio
do tempo que me é e foi dado.
Quando será o ultimo? Pergunto-me.
Aquele para o qual já não há outro depois.
Será que quando esse divinizado espaço de tempo
me abrigar laconicamente em sua casa,
em sua insustentável imaterialidade,
haverá plenitude por minha consciência?
Terei o carácter de quem já sabe que é assim?

Sustenho-me, a cada compasso da existência, nessa dúvida.
Apercebo-me que essa realização não irei partilhar.
Rezo, ao que me convém, para que nada corra mal,
pois é um momento de suma importância para mim.
Diria mesmo decisivo.
Rezo para viver uma vida que me permita encarar
nos olhos da morte o doce embalo da paz alcançada.
Nada, na minha opinião, há de mais importante
do que morrer moralmente saudável.
Todos os sacrifícios o valem.

Tuesday, November 2, 2010

Lembrando-me de ladrar

Lembro-me que me devo lembrar de lembrar
Que me lembro do momento em que não me lembrei
De lembrar que me lembrava do que me lembrava.
Lembro-me pois agora, tarde demais para me lembrar,
Que me devia lembrar do que não me lembrei
De lembrar que lembrava.
Mas pois agora me lembro que me lembrei de lembrar
Que me lembro do momento em que não me lembrei
Para não mais esquecer que de vez em quando devo
Ladrar
À memória como não ladrei quando me esqueci
de tal coisa.

Monday, October 25, 2010

Os seres que vivos não nos são

As árvores…
As árvores gritam de júbilo.
As árvores choram
As árvores têm medo
e eventualmente esperanças.
E as flores
e tudo o que é flora, também.

Observem as árvores
no seu movimento mais intimo.
Invisível e indizível.
Abracem e beijem…
Sentem-se…
Conversem...
Estendam seu estado de espírito
e o quanto vos faz falta.

Percebam o que é ser árvore.
Verão que perceberão um pouco melhor o que são.

Monday, October 18, 2010

O que existe

O que existe é o que me é/foi dado ao ver
-não à visão.
Existe porque vejo.

O que existe é o que me é/foi dado ao tocar
- não ao tacto.
Existe porque toca.

Podem dizer que existe
- que não tendo visto não existe
- que não tendo tocado não existe

Tudo o que visto - e tocado – existe.

Até o, em delírios dilacerantes e equivocados,
existir de minhas suposições frenéticas, existe.

Tudo o resto não existe.
Mas, se não existe, existe
porque precisamente não existe.
Este é o não existir que, me tocando, eu vi.
O não existir que não me tocou continua a não existir.

E no entanto existe…
e voltamos à elipse de mil espelhos que reflectem mil espelhos
e exponencialmente se multiplicam até ao infinito que existe.

Wednesday, October 13, 2010

A crise orçamental e o ciclo social numa tendência.

A crise orçamental leva-nos ao controlo orçamental.

Agora subimos receitas. Asfixiamos a pequena e média burguesia.
Os pobres não interessam. Não têm voto na matéria.
Vivem como cordeiros que seguem seu pastor.

A pequena e média burguesia torna-se forte – os sobreviventes.
Dizem: Pois agora que se controle o estado da máquina Estado.
Já estamos fartos do controlo máquina famílias burguesas.
Sacrifico-me se houver moeda de troca. E essa moeda é a eficiência
de quem nos leva o dinheiro - Os nossos prestadores Estado.

Agora descemos custos. Asfixiamos a pequena e média burguesia
- Tecnocratas que não interessam. Não têm voto na matéria.
Mas, engrossando a fileira da contestação, alguém mais deve sacrifício.
Os tecnocratas profissionais do poder – mas poucos. Calemos a boca!

De tempos a tempos têm que ser cada vez mais
tecnocratas do poder a usar do crédito de seu sacrifício.
Pois a cada onda - a cada vaga social – aumenta a força,
pela indução da prática da sobrevivência ao ciclo, do meio.

De tempos a tempos a máquina Estado ganha
o poder da eficiência.
E o meio ganha o poder de poder contestar.
Sempre e sempre estaremos em contestação.

Aqui começa outra pirâmide social. Outra máquina.
A da revolucionaridade-reacionaridade
como mecanismos da primeira pirâmide-máquina.
Estas pirâmides-máquina são interdependentes.
Cada uma mexe e é mexida pela outra.

Falamos no abstracto (pirâmides-máquina)
mas falamos de pessoas.
Estamos a classificar ideias dos movimentos
do eu pessoa- sociedade.

As pirâmides transformam-se em roldanas
Como num relógio preciso nos tempos.
Os tempos, os movimentos da sociedade.
Vai até ao infinito do abstracto esse relógio social.
Ao tudo como um labirinto.
Ao nada como um labirinto.
Pois o infinito é de tal forma que volta ao ponto de partida
E acabamos por não sair do mesmo sítio.
Mas já noutro sítio. Se olhar mais do fundo.

Alcançamos a periferia?

Wednesday, September 8, 2010

Do nada e do tudo

O nada é o tudo enublado pela profusão do tudo
inerte na indecisão dos murmúrios dos vários contrapontos
que se engalfinhando, como certos animais
em busca do ultimo pedaço do alimento que sacia sua fome
- doravante voraz e a cada voracidade uma vez mais voraz,
se anulam até entorpecer, com sonhos constantes e enevoados
pelos em si mesmos induzidos albergues da letargia, a mente.

É isso que é o nada.

O nada é o tudo desconexo do que é o algo estruturado.
São os gritos do aqui e do ali, do alem e do acolá
que, como guerreiros de várias facções inimigas de si mesmas,
se vêem do nada em plena batalha sem saber quem ferir ou salvar.
E chorando e reclamando atenção, desejam a totalidade do nada.
Despejam a totalidade do nada na totalidade do nada
tornando a totalidade em nada e o nada em nada e tudo.

É isso que é o tudo.

Tuesday, September 7, 2010

Os nomes que não são

Tu ò leitor ou leitora desta leitura:
É importante que me chames pelo nome
É importante que me chames pelo que eu não sou.
É importante a referência da existência que apenas existe para se referir.
Os nomes que não são as propriedades são apenas os nomes.
Apenas o nome do nome é a propriedade do nome.

Portanto tu que lês ou que ouves por ventura -
E que ajuízas cada um destes nomes e forças de acção –
É importante que me chames pelo que eu não sou.
É importante que me chames pelo nome:
Para referência de minhas propriedades, se for a mim essa sorte
ou para referencia de diferenciação se for a mim sorte diferente.

Portanto que seja o que for que não seja o que sou ou o que for
ou que tudo isso seja engano do precioso contrario de si mesmo.

No entanto é importante
– para ti e para mim –
que me chames pelo que eu não sou.
Chama-me pelo que te referi ainda agora.
Chama-me pelo teu nome.
Chama-me pelo nome do que te aprouver que eu seja.

E assim, decidindo a tua clarividência,
Chamas-te a ti e te abrigas no que é teu pelo que acabei por decidir.

Sunday, September 5, 2010

O vazio e o cheio

O vazio é o vazio.
Estamos vazios quando estamos cheios.
O cheio é o cheio.
Estamos cheios quando estamos vazios.
É assim se no vir.
E assim se vive.

Mais umas quantas coisas que agora não me ocorrem.

Sunday, August 15, 2010

O amor

O amor é algo que existe e que não existe
É a contemplação de nós próprios.
O egoísmo supremo.
Queremos bem por que queremos bem.

Instinto de sobrevivência.
Pura e animalesca.
O amor é o animal.
É o amor?

O amor é um corneto de morango
Ao fim de uma tarde de verão?
É o que é?
O amor é…
É o que nós somos…
- Animais –

Bem admitamos que o amor somos nós…
Já que nós somos o amor…
Mas somos animais…
Já que o amor é um animal:

Somos a incorporação animalesca de um deus maior?
O uno uno uno?
Não sei.
Posso apenas reflectir o que sou –
O que me ensinaram socialmente a perceber-
Sou um ---

não sei!

O amor é muito mais do que isso.
É percebermos o nosso corpo mamífero.
O nosso buda da sobrevivência.
É mais do que aquilo das montanhas
- distante e longe.

É o que quisermos.
O amor é o que quisermos.

E o que quisermos que seja o amor é o que quisermos.
Inventamos a palavra AMOR
- faz me sempre lembrar o gelado de morango –
Portanto a gente é que sabe.

Saturday, July 31, 2010

Olho para mim

Olho para mim (ao espelho)
E acho que a minha cara não é aquilo que sou.
É como ouvir a nossa voz gravada.
Completamente diferente da que ouvimos.
Quando falamos.
Suponho que o espelho seja como um gravador.
Mas sem memória.
Não tenho é alternativa ao espelho
Como ao gravador.
Ah! Os lagos e as águas límpidas e calmas do mar.
Mas vejo o mesmo. Mas mais deturpado.
Ah! As câmaras de vídeo e de fotografia.
Mas vejo o mesmo. Mas ainda mais deturpado.
Suponho que o mal menor (no meu caso)
Será mesmo o velho espelho.
E no entanto somente por vezes (poucas)
É que realmente me vejo.
Nas outras é um ser estranho que ali está.
Não sou eu. Não. Não pode ser.
E acho que ainda sou o que me via há 10 anos
(pelo menos - e falando no sentido estético).
E acho que não há espelho que me reflicta.
A não ser que olhe distraidamente
E com muita atenção para os meus olhos.

Breve teste à minha capacidade lírica neste momento

Só mais um pouco que o lirismo já vem



Mais um pouco



Já está!



Pronto!










Agora a sério…

De que me serviria um copo de vinho maduro
Sem o teu corpo húmido para o saborear…
Sem os teus lábios que o sorvam em mim…
Seu o meu mim que o sorva dos teus lábios…
Não. Não quero um copo do melhor vinho
Se não te ter para o sentir em ti.

Não isto não é lirismo
Isto é erotismo

Desisto
Não estou na fase lírica hoje

Vou rimar para variar (sobre o quê ainda não sei… logo se vê)

- Primeira frase ou estrofe ou quadratura do círculo:

Vinde a mim nobres laivos de saudade
Declamai-vos a meu ser sem idade
Para que se possa entumecer de vós
Para que seja o nós.

- Segunda qualquer coisa:

É saudade da saudade? É isso?
É intumescente compromisso?
E o que for de rim e ruim
É o que for de sinalética alfabética?

- Terceira:

É nada! É tudo! É palavra! E nada!
E absurdo que lava o Entrudo!
É carnal canibalismo de uma fada
Que nos admira o escudo.

- Quarta e ultima (porque isto é um soneto à Shake)

E o abominável homem das neves
Que pergunta para que serves?

- E pronto acabou.

[Isto da rima é fácil. O problema é fazer sentido ;):);):);):) etc - n sei mais ou n me apetece]

Agora que acho que sou poeta

- Ah os poetas! Os grandes poetas! Os senhores do unoiverso!
Os senhores de aquém e alem não sei o quê! –
Agora que acho que sou poeta
- e orgulhoso dessa metáfora de meu decrépito espírito –
Não sou capaz de escrever uma coisa que seja que ache bela.

Expectativas

Agora que sou poeta
- e dono dos sentimentos dos outros –
Tenho que escrever bem. O sublime universo de nós próprios.
- e como não há nós próprios não me encontro –
- e como não me encontro não há nós próprios –
- e escondo-me neste absurdo jogo de palavras –
- e vivo para os outros agora que sou poeta –
- é isso que é ser poeta? –
- viver para os outros? – sim e não e talvez

Agora que sou poeta questiono-me sobre a rima e o ritmo
E o sentimento e a forma
E questiono-me sobre tudo o que vejo – o que é bom
E mau – e sobre tudo o que sinto

E encontro-me e desencontro-me e vejo-me e não me vejo
Questiono-me ainda se devo usar o belo e elegante.
Questiono-me se não será preferível o deselegante e belo concreto.

De que me serve afinal isso?
Não sou poeta para agradar os outros
- agora que sou poeta –
Sou poeta para me agradar a mim.
Espero que o meu mim não queira agradar os outros

Ah! Agora que sou poeta era capaz de escrever um poema
Se não pensasse demasiado no que é a poesia
E para que serve
E a quem serve
E se me serve
E se me enerva
E se me atreve
E se me entreva
E se me é poética
Às vezes a minha poesia não me é nada poética
Dá-me vómitos até
Outras vezes acho que sou poeta
Dos bons até.

Agora que sou poeta posso dizer que sou poeta.
E na verdade acho que agora que sou poeta deixei de ser poeta.
[demasiadas expectativas de poesia de mim em mim]

Tuesday, July 27, 2010

Um cão na rua

Há um cão na minha rua
de quem eu tenho um certo medo.
Seja porque não o conheço,
seja porque ele não se dá a conhecer.
E sempre que o vejo na rua afasto-me
para ele ficar um pouco mais à vontade.
Mas num dia,
em que eu estava bem disposto e ele estava bem disposto,
até lhe fiz uma festinha.

Sunday, July 25, 2010

Palavras obscenamente deploráveis (sem sentido algum até)

Ah a lua! A lua brilha hoje! É sinal que a vejo.
É sinal que não há nuvens.
Radicalismos à parte, é sinal que estou vivo.
Ah a malandra da lua. Fez-me lembrar que estou vivo.
E logo a lua que me faz perder a vida por vezes.
Mas e depois compensa-me com as outras vezes que ma faz ganhar.
Ah! Radicalismos à parte.

Vejo um… como se chama… aquelas coisas que se põem de fora da casa…
Andaime. Sim. Andaimes. Vejo um.

Oiço um grito. Do que é não sei. Algum bêbado que se lhe apeteceu.
Sim é um grito de bêbado. Viva isto. Ou choro aquilo.
Os bêbados são todos extremamente ambíguos.
Nunca se sabe se é à vida vida ou à vida vida.
Digamos até extremamente voláteis de sentimentos.
Muito susceptíveis. Muito sensíveis à mínima deturpação da percepção.

Isecaias falou: e vós que vos banhais pelo mar de donde vais?
Ariel disse: ide-vos pois à liturgia divina de vós outros.
Esequiel argumentou: pois então ide-vos e que vos faça bom proveito.
E formaram o que não se disse ainda.
Forraram a letra a papel de alecrim.

Estupido! Alegorista! Intragável contrabandista de palavras.
Vives na fronteira e aproveitas o profícuo sonho disso tudo.
E o horribilis desfaratum?

Yolanda arguiu que é assim que as coisas são e devem ser como devem ser.
Disse ainda mais. Sugeriu que os sonhos são afazeres da alma.
Coisas não facilmente concretizáveis no plano do normal dessas coisas.
E afastou-se. Já tinha dito tudo a que se propôs.

Veio outro. Outro sinaleiro das ideias. Outra ideia absurda.
Não tinha nome esta ideia. E não disse nada. Apenas ficou um pouco.

Yovini o profeta: olá!
De donde pensas que vais? Que procuras ainda? Que searchas?
As conchas da praia? Cuidado! Há muito que foram comidas pelos tubarões.
Os simpáticos tubarões que visitam a praia em Agosto.
Queriam um cinzeiro os tubarões e levaram as conchas.
Mas não te apoquentes. Deixaram as beatas dos cigarros em troca.
Para te lembrarem para que servem as conchas da praia.
Os beats dos beach boys.

E vive-se o turbilhão do absurdum absurdamente assoreado.
Deploráveis desfasamentos ao sentido mais elementar.
Não faz sentido!? Pois não. Não é para fazer.
Para já. Esperemos que para nunca. O absurdum não deve reinar.
A não ser para momentos de singeleza à sua não observância.

A arte do telhado de vidro.

Sinto-me diminuído pelo tempo
Como todos se sentirão por ventura.
Os que não sabem envelhecer
Os que procuram a lua.

Crio expectativas. O tormento
de objectivos a alcançar inalcançáveis.
Batalho até me entorpecer.
Não vejo quanto me são frágeis
os telhados sem alicerces.

Luto para cair se não luto pequenas fracções.
A arte suprema é vencer cada segundo. Não cada vida.
A vida não se vence. Não se luta. Não se batalha.
A vida vive-se. O que se luta é pelo segundo.
Por cada golfada de ar.

Definido o plano maior eis que se impõe definir os menores.
Definidos os planos menores eis que se impõe lutar por eles.
Nada mais nada nesse momento. Nessa luta não pode haver.
Esse momento é só desse momento se não não é.

E pela sucessiva contemplação dessas pequenas vitórias
Eis que chego aos vectores do telhado. Sem dar por isso.
Quase como se acontece-se por obra e graça do destino.
Um telhado não se constrói sobre nuvens.

As nuvens apenas servem para sonhar o telhado.
Depois há que colocar cada tijolo no seu lugar.
Cada momento por momento. Cada coisa por coisa.
Cada pequeno espaço de tempo seguido por cada outro.
E nada mais. Nada mais. Nada mais.

Saturday, July 17, 2010

Do nada e do tudo

Não sou nada
e no entanto
quero ser tudo
e nada

Saturday, July 10, 2010

Todos os meninos riem e choram

Havia um menino que ria e chorava como os outros meninos.
Descomprometido. Pois não sabia o que era o compromisso.

E esse menino tornou-se homem. Mas sempre menino.
E ria e chorava como os outros meninos.
Com compromisso. Que o tempo era muito.

E esse menino tornou-se homem velho. Mas sempre menino.
E ria e chorava como os outros meninos.
Já sem compromisso. Que o tempo era pouco.

E num dia descomprometido esse menino morreu.
Mas os outros meninos continuaram a rir e a chorar.
Como todos os meninos o fazem.

[Morreu o rei!...
...
Viva o Rei!]

Um segundo só…

Por vezes ainda sinto o teu cheiro…
Ó memória não me pregues partidas.
Deixa o que não quero recordar descansar em paz.
Quão indesejável estás tu hoje ó memória.
Não vês que não quero lembrar o que já é esquecido.
Não vês que quero viver os afazeres do dia-a-dia.
Concentrado. Pois só assim se vive. Concentrado.
Mas por vezes ainda sinto o teu cheiro…
Um pouco um segundo só. O suficiente.
Como se passasse de relance o fantasma do passado.
Um segundo só. Como se não fosse nada.
Um segundo só que me é capaz de durar horas.
Quão economizadora nos é a memória.
Um segundo só e já está.
O passado vira presente e o presente é coisa nenhuma.

Monday, July 5, 2010

Estar apenas

Espero por ti meu amor.
Espero que me devolvas de novo.
Que me libertes da dor dos horizontes desiguais.
Que me libertes apenas meu amor.

Espero por ti apenas meu amor.
Nada mais me confere o existir.
Nas noites sinto o frio da tua ausência.
Em todas as noites sinto o frio da tua ausência.

Queria que fosse diferente meu amor.
Que as estradas percorridas fossem iguais.
Que as estrelas fossem nossas.

Queria chorar contigo as mesmas lágrimas.
Rir e sonhar os mesmos sonhos.
Estar apenas.

Sunday, July 4, 2010

Os rouxinóis

Os rouxinóis cantam. Fazem piu piu.
Ah! Os rouxinóis cantam! E eu oiço-os.
Por um milagre qualquer que agora não sei explicar eu oiço-os.
Mesmo que agora não cantem. Eu oiço-os.
Por um milagre qualquer que agora não sei explicar.

Os lobos

Há muitas luas atrás,
quando as estrelas no céu eram outras que não as de hoje,
um lobo inspirou e foi inspirado em sua alcateia.
Passavam fome os lobos e não sentiam o futuro.
E foram cobertos pelo beneplácito desse lobo os lobos.

Passaram as luas e o lobo,
destituído da vida em forma de lobo, foi esquecido.
Passaram as estrelas e várias as formas da matéria desse lobo.
E os lobos escolhidos persistem na ancestral forma.
E amiúde um lobo destaca-se para brevemente ser esquecido.

Thursday, July 1, 2010

A dança dos pombos e o cigarro

Um pombo desceu voando pela rua feito falcão.
Duas pombas estavam no beiral do telhado.
O pombo assentou na platibanda por cima do beiral.
O pombo fez a dança opada para a primeira.
A primeira encolheu-se.
O pombo fez a dança ufanada para a segunda.
A segunda encolheu-se.
O pombo continuou a sua dança, empapuçado, para a segunda.
Ou foi um encolher diferente ou o pombo não percebeu o sinal.
Rodopiava feito doido o pombo inchado.
Virava à esquerda e à direita e contravirava-se ao ritmo da sedução.
Desceu da platibanda para o beiral rasando a pomba.
Ensaiou a aproximação.
A pomba voou para a caixa externa de uma persiana em frente.
Lá estava outro pombo. O outro pombo fez a dança pombalina.
A pomba voltou ao local de origem.
O pombo original tentou saltar para cima da segunda pomba.
A pomba passou por baixo.
O primeiro pombo ficou no meio das duas pombas.
O pombo saltou para a platibanda.
Em posição cimeira, o pombo, dançou novamente.
Acabou-se-me o cigarro.
Saí da janela e fui à minha vida.
O resto é lá com os pombos.

Friday, June 25, 2010

A matriz incompleta (da paixão e do amor)

Olhei-te nos olhos e vi-te.
Fiquei apaixonado. Quem sabe talvez te ame
Olhei-te nos olhos e não te vi.
Fiquei apaixonado.
Olhei-te nos olhos e não te vi.
Não fiquei apaixonado.
Olhei-te nos olhos e vi-te.
Não fiquei apaixonado.

Não te olhei nos olhos e não te vi.
Não fiquei apaixonado
Não te olhei nos olhos e vi-te
Fiquei apaixonado. Quem sabe talvez te ame
Não te olhei nos olhos e não te vi
Fiquei apaixonado.
Não te olhei nos olhos e não te vi.
Mas amo-te como sempre te amei e hei-de amar

Wednesday, June 16, 2010

O Segundo (o tempo e a poesia concreta da existencia) primeiro

O segundo é a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133.

Thursday, June 10, 2010

O tempo e o momento

O tempo é a passagem de um momento para outro momento
O momento é a ausência de tempo portanto.
E o tempo não é momento.
Mas dividindo e dividindo e dividindo acaba por ser momento em algum momento.
Portanto o momento é o tempo e ausência de tempo conforme se posicione o observador do tempo.
Ou seja o tempo é várias pequenas ausências de tempo.
O tempo é contínuo e o momento é o congelar do tempo.
Mas num momento e tempo diferente daquele momento e tempo que se congelou.
O momento é contínuo e sendo assim
O tempo e o momento são contínuos e congeláveis em momentos e tempos diferentes.
Mas no limite se vivermos sempre a congelar os momentos e os tempos então apenas vivemos um momento e tempo exponencialmente elevado á elipse do turbilhão de congelamentos.
Mas nós fazemos quase sempre isso. Ou pensamos no passado ou no futuro…
Não deveríamos sair do mesmo lugar suponho. Deveríamos ter um pensamento vazio suponho.

ou o tempo não é passagem ou
não existe portanto

Saturday, May 29, 2010

Monólogo à força

O que é a força de uma personagem?
O que é essa aura do néon de Deus?
O que é esse pensamento?
Essa forma de ver para alem do Olimpo?

O que é esse andar sobre o ar? Esse flutuar.
Essa alegoria de extra-terrestre?
Esse afastar-se dos outros.
Esse que os outros se queiram aproximar.
Como que atraídos por um íman de luz.
(Se não for demasiado. Porque pode cegar. E ninguém quer ficar cego)
O que é?
Esse tremor de terra na terra das almas.
Essa vontade da natureza? Essa força misteriosa?
O que é?
Essa lucidez essa elevação esse altar sobre si próprio?
Porque há uns assim? E outros não.
O que é?
O QUE É!?
O que é essa lucidez? Esse qualquer coisa que alguns têm?
São esses os candidatos a santos e santas?
- Se sempre os houve então ainda os há.! -
Mas candidatos em que concurso? Quem é o júri?
E esse conceito do júri? Está ultrapassado?

Mas que é essa força misteriosa?
Que luz é essa no olhar?
O que é essa coisa misteriosa?
O brilho como que uma estrela. Uma estrela!
Uma estrela nos olhos!?
Queima os olhos.
Queima a alma. (ou o que quiserem chamar)
Mas não é um queimar de infverno.
É um queimar de curiosidade.
E quando vemos essas personagens.
- Que se calhar nós somos. -
Fica-nos a curiosidade. Será que existe algo mais?
E nós? Temos capacidade para ser esse algo mais?

O que digo é que essas forças não vêm de seres diferentes de nós.
Essa elevação essa aura essa elevação
Apenas se elevaram.
Mais nada.

Os velhos à espera da morte

Os velhos viveram uma vida à espera da morte.
Agora que são velhos isso assentou-se.
Os velhos que nunca esperaram a morte agora não a esperam.
Sentados pelo menos.

Mas é triste ver os velhos sentados. À espera da morte.
Quando for velho espero não ter que esperar sentado pela morte.

A Lua cheia

Apetece-me escrever sobre absolutamente tudo.
Mas não consigo escrever sobre absolutamente nada.
[2
Deve ser da Lua cheia...
ou mais ...
ou menos...]

Friday, May 28, 2010

O meu coração é meu.

Não posso amar. Não quero amar.
Sou independente.
Se a amar ela leva-me o coração e isso não.
Não o posso deixar. Sou meu e de mais ninguém.
Dar o meu coração? Assim! Sem mais nem menos.
E se não o merecer?
O meu coração é muito frágil. É o meu coração.

Thursday, May 27, 2010

Haikais variantes do Agorá

O Agora não é daqui a pouco nem ainda há pouco.
O Agora é agora. É hoje. É apenas ténue.
É apenas linha o agora que é agora hoje.
O hoje pode não ser o agora pode ser passado.
O hoje pode não ser o agora pode ser futuro.

A poesia trata de certa percepção de o agora.
A poesia vem do agora de ontem e de amanhã.
A poesia é agora de alguém e já foi agora.

Tudo é o agora e nada é também o agora.
O agora tem muito e nada sobre que se lhe diga.

Bem, por agora, fica assim e depois logo acabo.

Wednesday, May 19, 2010

Vem

Vem. Deita-te a meu lado.
Deixa-te proteger no meu abraço.
Deixa-me te tocar o rosto leve
de guerras. Já é passado.

Vem-te a mim esquecer de teu cansaço.
Vem-me sorrir teu corpo nu que ferve.
Deixa-o nu às carícias dos beijos
suaves que o encaminham para a Lua.

Vem-te olhar no meu olhar.
Deixa-me calmamente a teus desejos.
Fica o tempo que queiras alma nua
que procura meu olhar.

Tuesday, May 18, 2010

A poesia mais pura em cada um de nós

A poesia mais pura, que enobrece
a alma, vem de visões astrais.
Contem as divisões da génese.
Flutua em liturgia pelos chacras.

É um grito samurai aos samurais.
Apresenta-se como um Chá
balsâmico aos ilhéus se feros.
Nesse cântico há os céus prometidos.

Só num poeta é sobre os idos
sonos astrais que se faz o ser hoje.
Só num poeta é sabre essa fogueira,
Sol nu, nos demais ares alvos.

Só num poeta existe a inteira
poesia em vida. Em cada um portanto.

Em cada um de nós.

Friday, May 14, 2010

De algo concreto ao diálogo concreto

O concreto:
Uma estrela com luz própria de explosão atómica…
Um planeta que reflecte de seu hidrogénio o Sol
A rotação da Terra em translação

O concreto:
O baile. A dança continua no tudo e no nada.
O ritmo do ensurdecimento. O silêncio invocado.
O timbre do infinito.

O concreto:
O que é o concreto? O que é concreto? Tudo ou nada?
Tudo é diálogo. Nada é monólogo.
De algo é diálogo. De algo é monólogo.
Nada é diálogo. Tudo é monólogo.
Agora baralha e dá…

Monday, April 19, 2010

A campainha e a porta

Tlim Telão! Fez a campainha.
E eu fui abrir a porta.

Tuesday, April 13, 2010

O jantar

À luz tépida da primeira estação da noite
nos se despertava, em cada sorriso do olhar,
em cada sorriso em namoro dos espíritos,
o sentido não urgente da união dos corpos.

Que se namorasse o espírito livremente!
Para que, saciado, e que ainda assim faminto,
quando chegado a hora de namorar o corpo,
os templos do lobo e do gato se vissem.

Que, pelos tempos da dança das estrelas,
leves de outros, pesados fardos do dia-a-dia,
em liberdade pelo prometido e já em anseio,
se alcançassem em físico e etéreo amor.

Ah! Que seria da electrizante sedução da carne
sem a voluptuosidade de um beijo do espírito?

Sunday, April 11, 2010

Mar Fiel

Bem-aventurada ò água que saciais minha sede.
Quanto vos peço e soou enquanto me banhais ò mar?
Quanto de mim levais e purificais nessa liturgia divina?
Quanto me aproximais de ser nessa oração que faço?
Quanto de meu esquecimento nesse leito revigorante?

Bem-aventurada ò água que me cobris de estrelas.
Quando manso, o mar se perpetua em mim e eu me perpetuo nele.
Quando forte, o mar me perpetua o assombro de minha débil forma.
Quando longe, o mar me perpetua a saudade que a ele se declama.
Quando subtil, no ser o inebriante perfume das flores desse jardim.

Bem-aventurado ò Mar. Que seria de mim?
Sem a contemplação desse infinito conhecido na derme mais fina.
Sem a procura constante a que me levais – fico sedento ò Mar.
Sem as respostas a que me fazeis chegar como a um cais seguro.
Sem a serenidade das tuas tormentas. Ò Mar tormentoso e doce.

Sois vós ò Mar um dos deuses da reencarnação?
Sois vós que cobris o espírito com a sabedoria das vidas infinitas?
Que fazeis compreender-nos o devido lugar no seio de nossa mãe?
Que ajudais ao compromisso que temos para connosco animais?
Que nos alertais para os evangelhos do equilíbrio?

Sois vós pois um dos vectores do círculo triangular?
Sois vós que nos lembrais que Deus é o tudo e que tudo é Deus?
Sois vós que clamais pela paz nesta guerra com destino fratricida?
Ò Mar que toda a vossa magia nos possa beijar e acariciar a alma.
Que nos permita ver e sentir o que É, ò Mar tormentoso e doce.

Sois vós um dos fiéis princípios de Deus.

Mil estrelas chorarão…

Desembarco em ti meu fiel património.
Desaguam minhas esperanças apenas em te ter
Contemplar e partilhar porque não és meu unicamente.
Sei que és do tudo de Deus, meu fiel património.
Sei que não te posso aprisionar para mim. Mas em mim.
Ao te aprisionar tua beleza desvanecer-se-ia
Esquecida dos olhos e memórias dos que não te conheceram. | Stop
E se por acaso definhasses por tal prisão e esquecimento,
Perecesses por tal desconhecido descontentamento,
Mil estrelas chorariam a perda de irmã querida.

Mas que mal fizeste tu meu querido património?
Como já vais no esquecimento de muitos de teus filhos?
Deambulam já feitos semi-deuses e te chagam deambulando.
Esquecem que para reinar tem que haver reino conhecido.
Meu querido património. Que te perco a cada palavra dita.
Que te perco a cada palavra não dita. Que te perco em deambulo.| St
Já não vejo a beleza de outrora. Desequilibram-te. Empurram-te.
Afastam-te como a um velho desprezível que deve ser esquecido.
E quando te perder completamente e sem retorno? | Stop
Mil estrelas chorarão a perda de irmã querida.

Thursday, April 8, 2010

Encravo o escravo que trago se escrevo (ou travo ao trago na língua e na cor pó)

Encravo o escravo que trago se escrevo.
Consigo, se consigo amigo sigo,
somente a mente, que, só mente, mente
comigo que do trago que dou quedo.

Travo o travo do trevo se me atrevo.
Se a migo dou. Se, amigo, dou comigo,
que sendo no que cedo, eu sedo cedo
a mente amiga que miga e se mente.

À semente plantada, de tal forma
parece curioso que, se há mente
em forma, não se enforma já cor e osso.

Mas é a mente que fica com o travo,
após trago de-mente , e ao corpo cravo,
a pós, os nós da cor, pó de dor-mente.

Monday, March 29, 2010

O que somos no medo?

O que somos perante a condição
de não saber que não somos que somos?
Em que assomos durante a submissão
ao vão querer de assomos que não somos?

E somos natureza boa que reza
- Sempre que nos encobre a maldade.
- Sempre que nos descobre o medo
e somos a (dur)rud-eza que começa.

E se não conseguimos volta à (flexibil)idade
da original pureza de quem, crendo
que tudo por igual é bom, é bom?

                                

Saturday, March 27, 2010

Um sorriso da vida

Ondulam, os tecidos leves, no ar.
Ao fundo, no horizonte, o mar azul.
Partículas do sol, quase poente,
temperam a embriaguez deste lugar.

O sabor, num perpétuo travo a sul,
misturado em aroma à vida, mente.
Esquecendo invernais vicissitudes.
Suavizando no olhar o entardecer.

A brisa, em seu sorriso a plenitude,
pigmenta, as oliveiras pelo campo,
o azeite pela mesa, o olhar e o ver.

Os figos, a salada, o peixe assado,
o vinho, os sons. Um mundo, neste espanto,
com essa natureza do real.

Da Real Natureza é o Céu sonhado

Sunday, March 21, 2010

Um ciclo em estupidez (ou não...)

O amarelo é amarelo
O azul é azul
O vermelho é vermelho

A não ser que…

O amarelo não seja amarelo
O azul não seja azul
O vermelho não seja vermelho

Isto porque…

O amarelo não é amarelo
O azul não é azul
O vermelho não é vermelho

Mas aí já não poderíamos dizer que

O amarelo não é amarelo
O azul não é azul
O vermelho não é vermelho

Pelo que…

O amarelo é amarelo
O azul é azul
O vermelho é vermelho

A não ser que…

O amarelo não seja amarelo
O azul não seja azul
O vermelho não seja vermelho

Friday, March 19, 2010

Wednesday, March 17, 2010

Discurso de Fedro no banquete de Agatão

Em mil mortes seria o abandono de posto ou arma,
mais que perante exercito, perante amante,
na cobardia inflamada em coragem, que eros ama,
de quem ama saber morrer por semelhante.

Delito vergonhoso e ultraje em vil falta
para o amado, à assembleia e parente não tanto,
constitui-se à politica ideal, em flauta,
para o horror do vicio e a emulação do santo.

Às acções desonestas liga-se a desonra,
às boas acções liga-se o amor, nesta base,
em que do grande e belo se constrói a hora.

Que exercito de amor para o mundo chega-se.
Pois que o amante está mais por perto dos seus deuses.
Pois se encontra possesso pelo que a seus Deus

Isto do Fedro era tudo muito bonito se o amado não for vil. Para isso basta não ser amante ou amante verdadeiro. Se os dois forem amantes na mesma medida e de índole - que poderá influenciar/ser influenciada pela medida do amor- se calhar até há razão. Se houver um medida diferente já é pouco provável isto acontecer. E que é necessário para a mesma medida? Pois na sei... É isso que é interessante e caótico. O não saber (sobre tudo). E ter que viver sobretudo com o facto de não saber até morrer. Retomando. O truque para mim é acabar com o medo e o amor de Fedro é importante mas não suficiente. Bem era esse o objectivo do Platão. Estar errado... para depois estar eventualmente certo no amor universal. Que por sua vez, traduzido de volta a Fedro, faz este estar certo. Acertou apenas depois de estar errado sem mudar uma única palavra do que disse. Eheh E esta hein! - mas nas palavras não nas ideias. Eis o perigo das palavras utilizadas em desonestidade intelectual. E se calhar o tal amor universal é capaz de acabar com o medo sim... não sei.

Os Tradutores

Porque existem os grandes?
[escritores, poetas, artistas … ad infinitum]
Porque parece que sabem algo.
Algo que nós todos sabemos.
Mas não sabemos que sabemos.
Parece que levantam um véu.
[uma entrada para a antecâmara de nós próprios]

Parece que fazem magia com as [            ].
Guardam sentimentos. Eternizam momentos.
Criam o código genético da alma.
Não criam. Apenas reflectem. São espelhos de nós.
Os tradutores!

Um artista é um tradutor do mundo em perceptibilidade.
Por isso é que o mundo é tão sensível a isso.
Se não se sente traduzido não lhe agrada.
[Por mais que digam que as palavras são aquilo, se não se entender com o coração nunca serão]

Não consigo fugir desta atmosfera. Desta bola de luz.
Esta Terra minha e não minha.
Minha porque é minha
Minha porque não é minha.
Minha porque é minha.

Dou voltas mas estou aqui e preciso de um tradutor para isto.
Alguém que me ajude a perceber nem que seja um pouco.
Um pouco muito pouco. Mas mesmo esse pouco talvez de +/-.
                                                                                         [escolhe]

Bem. Existem os tradutores que dão uma ajuda. Mas pouca.
È por isso que são mágicos. Mas não todos e não na quantidade de magia pretendida.
No entanto, por vezes, sinto a magia de alguns.
Os grandes! Meus.
Os meus tradutores!
Que me aproximam um pouco mais da percepção
de que não sou nada.
Mas é um vício. Preciso cada vez mais de perceber que nada sou.
Assim, esperançoso, talvez possa fazer parte no tudo.

Mas e essa magia!? No que consiste?
Consiste no transporte. Uma dimensão que não sendo
a que queremos é necessária.
E fazemos essa viagem astral através dos grandes tradutores.
E de repente, por nós, sentimo-nos um pouco mais próximos.

E já não falo no electromagnetismo da palavra dita.
Estava apenas um pouco no da palavra pensada.
E apenas entrei um pouco pelo que é a magia.
Mas falei de tradução. Devo andar lá perto.

Sabem pq se faz poesia?

Sabem porque se faz poesia?

   No meu caso?
      Porque tenho necessidade de me parecer inteligente.
         Por me achar burro.
            [Acho me Sócrates no seu Epifânio.
            Só sei que nada sei (para alem do burro)]
      Porque ainda não tive inteligência
         Por não assumir condição humilde.
            [Vários são meus abalos à percepção.
            Desloco-a em retorno (para alem do humilde perceber)]

Bem... Quem escreve é porque não consegue fazer.
Quem lê é porque não consegue fazer …
e não consegue escrever.
Quem faz é porque consegue ler.
Quem faz o quê?
Escrever?
Ler?
Fazer? Quem faz fazer?

Quem faz o que faz?
O que se faz?
O que fazemos?
Será que alguém sabe?
Realmente.
SERÁ QUE ALGUÉM SABE?

As fitas da cozinha

Tava agora a pensar naquelas fitas mirabolantes em plástico
(verde branco e preto lembro me na minha onírica).

E o chão. Ao xadrez. Ainda se vê. Mas é tão entrada de outro mundo!
Como se as vivencias daquele lugar ainda estivessem por ali
      Não se querendo libertar porque foi bom.
      Não se querendo esquecer porque foi bom.
Mas, pensando bem, mesmo que tenha sido mau…
A vivencia fica sempre. Parece um resquício electrónico
Estática.
Parece que por vezes ainda ouvimos a emanação da aura.
Daqueles, que mesmo vivos, a emanaram.

Mas e entrar nessa aura conjunta do passado
- porta da aura conjunta do presente e do futuro?
São glimpses da ellectrodinâmica cerebral.
Momentos que alguns dispõem. Ou todos...
- que se calhar não foram habituados a …
                                                           (falar ou ver)

Ah já tava a pensar nos pobres.
Parece que os pobres não podem pensar.
E se pensam e não são ricos?

Qual é a lógica de pensar?

Há sobreviver?

Ah! Sobreviver.

Mas e então!? Que tem haver?
Que tem a ver?

A lógica da sobrevivência.     ?

Sim realmente não se pode caminhar para o espírito se não tivermos equilibrados





E as modas?!. E as modas.!?
Tava agora a pensar na repetição.
Desde que aprendi que tudo se repete com uma tendência nunca mais esqueci.
Parece me tão verdadeiro.
A teoria do ciclo!

O Ciclo! Será mesmo?
Daqui a mil anos falam que era daqueles da terra plana com sol à volta.
Acho que só é verdade até descobrirem que não é.
(Mas se descobrirem que não é acaba por ser)

Mas e as fitas? As fitas mirabolantes que fazem entrada num quadro de auras esquecidas ou levemente ramificadas nas paredes e moldes?
Fazem mesmo. Parece que vejo a cozinha…

Que significa a cozinha?
E os fios de linhas tresloucadas em esfregonas impregnadas?

A insustentável leveza do ser que é?

A insustentável leveza do ser que é?
A verdade é que nunca percebi.
Tenho que perceber mais para perceber

Não me sinto conectado. Ainda não.
Parece que estou quase mas falta-me sempre         -
Como “A Escada”.

Sabem o que é estar conectado?
Ter aqueles glimpses da internet do Eu superior?
Sim. Porque a internet é uma metáfora.
Porque a internet é uma personificação electrónica

A verdade é                   li: no final fiquei
                   que quando                         triste (não é bem)
é mais submerso ou emerso e até insustentavelmente pesado

No início não percebi.
Mas tentei e tentei e tentei.
E quando consegui ultrapassar a vontade da minha cegueira
comecei a ver que era só uma porta para algo mais simples.

Mas esse simples tornou-se tão complicado
Que ainda hoje penso nisso. No simples e no simples.

Faz o que quiseres

Faz o que quiseres
O que te apetecer
Pois que se não me queres
Nada mais posso fazer.

Perdi-te nas horas em que me perdes-te
Perdeste-me nas horas em que te perdi
E não nos perdemos porque não nos tivemos
Na realidade nunca nos tivemos
Não somos senhores de escravos.
Mas por momentos, por leves e particulares,
na partícula do átomo do momento,
tivemo-nos. Sim houve esse toque.
Etéreo mas sublime no seu etéreo.

Tuesday, March 16, 2010

Sub

Mostrem-me um poeta que rime sublime
E que depois desconstrua as palavras
Ganhando um ritmo próprio e firme
Fazendo jazz hipnótico às amadas

Mostrem-me esse além que não conheço
Que ainda ninguém me mostrou
E não tive paciência e tempo reconheço
Que não procurei ou se enevoou

Mas que é rimar sublime que é
Subjectividade de ritmo de ideias
De formas de palavras ou que é

De sentimentos de luzes anciãs
Se padronizamos é pelas veias

Wednesday, March 10, 2010

O grito etéreo da ansiedade

Que grito é este que assoma do vazio
das eternas tarefas a acabar?
Bordado dos milénios a ecoar
que me zune em nenhuma voz o frio.

Partículas da feira universal
desintegram-se em ásperos ruídos.
Ocos. Em sede. Ao impregno dos sentidos.
De inaudível loucura comensal.

Tudo no meu ser priva com o inerte
e insuflável anseio da explosão
que promete o silencio apaziguante.

Questiona-se ainda pelo interruptor
- vago lume clemente da ilusão
que enganador momento me é calmante…

Thursday, March 4, 2010

O astronauta

Viajo nas noites quentes de verão.
Flutuo na languidez prosaicamente
extraída do olhar, que vai cedente.
Sedento das estrelas… na ilusão

que nauta acedo espaços siderais.
Siderado, aos mundos inexplorados,
etéreos navios naufragados,
volto à realidade que encontrais.

Na lua luz, suavizante em águas calmas,
na densidade morna em retempero
do sorriso da pureza das almas,
reconduzo os caminhos do que quero.

Olho cada vez mais para um futuro
matiz ao natural. No qual perduro...

Tuesday, March 2, 2010

As Golden Shares

A pobreza…
faz-nos restringir os custos da existência.

Os pobres, para a disciplina, não precisam fazer tropa.
Já a ganharam toda aos dias de ábaco…
Se a fazem é pelos seus reduzidos custos.

É mais proveitoso a um estado beligerante ter pobres.
A um estado social é perigoso. Custam dinheiro.

A verdade é que nunca fiz as contas. Nem as sei...
Se os pobres custam dinheiro… Viva a segurança social!
Só assim se acaba com os pobres. Ou então…

Ah! Já me esquecia…
temos o problema do envelhecimento demográfico…

Como será que funciona a autonomia da segurança?
Não me parece que seja um imposto… não…
lá até diz que é uma contribuição…
Se calhar é melhor acabar antes com os velhos…

Então e se acabássemos com os impostos?
Não servem mesmo para nada…
e cada um resolvia-se à sua maneira…
[- Mas os impostos tem uma função social!] os que têm...
[- Nós somos o Estado!]
Somos donos de acções no bem comum?!... Concordo...
O problema está nas Golden Shares…
essas acções especiais que dão poderes de super-homem…
mas só o poder não as acções…

Ah! As Shares... e então se forem Golden!…

Monday, March 1, 2010

Como um tremor de terra me levou estranhamente à estranheza de um nó (Como um tremor...)

I
Gostava de não saber o que é estar soterrado
em escombros durante um dia… [           ]… uma semana!

II
Gostava de não saber o que é sobreviver a uma catástrofe
inimaginável,
perder de mim os meus,
para sucumbir a minha condição de humano aos afazeres
dessa sobrevivência.

III
Gostava de não saber muita coisa…
Tenho esperança de não saber muita coisa...
Contraponho a esperança que tenho de muita coisa saber.

III 1/2
Estranhamente estranho esse contraponto tão natural como o dual.
Estranhamente…
É estranho!
Acho até que olhando bem para a palavra
ESTRANHO me parece estranha. Mas são momentos
de estranheza. È natural.
Normalmente não se me estranha nada e
vivo como se nada se me estranha-se.
O que, agora, me é estranho. Deveria estranhar mais vezes...
Gosto de estranhar apesar de me ser estranho.
É que se
me apraz estranhamente o gosto dessa estranheza.

PS:
Estou a falar da estranheza de estranhar o que não se estranha.
Não falo da estranheza de estranhar o que nunca se estranhou.

PS 1/2
Mas - e depois de tudo disto - o que é afinal estranho?

PS 1/4
Fui ver ao dicionário e… tchan tchan tchan tchaaan!

PS 1/8
1. não habitual; desconhecido
2. esquisito; anormal
3. desusado
4. espantoso; extraordinário
5. que é de fora; estrangeiro

PS 1/16
Estranhamente acho que a ideia
que tenho      é e não é
                o que a palavra quer dizer.

PS 1/24
De modo estranho fui ver em que parte do estranho
o estranhamente do    PS1/16    se enquadra. E fiquei ainda
em duvidas se as ideias
das palavras são as palavras das ideias.

PS 1/48
Acho que estou a ficar confuso. Se
é por isso que não estranho mais vezes…
não gosto de nós no cérebro. Apesar de que
depois
é estranhamente bom desatá-los.

O Encontro

Espatafurdiando ignominias
enfatuadamente e impudicamente.
Patenteando altanaria conspectual.
Fruindo até de estúrdia medonha!
Quim Sá?!

- Estou?! Sim! N tou a ouvir bem.

Lascivos guaxinis de prazer      cães da índia
frutas selvagens      porcos lambidos
e até dromedários embevecidos pelas pétalas dos botões de rosa.

No final, depois de se passarem as galinhas de cabidela e o arroz de marisco,
fica a carne de porco à alentejana.

- Ah! Ok! Pode ser. Combinado!

O vicio do suplicio

Que subtileza a minha
olhar e não ver.
Mas vendo quem caminha
- quem tem esse poder -
sinto-me velho de anseio
de querer não ser burro.

E burro sou se maneio
à inteligência seu muro.

E não sei não ver - como um dom -
E não sei querer - como a um dom –

Quanto isso é suplicio.
Porque não me compadeço?
Quanto isso tem de vicio
em que vivo e me perco.

Sunday, February 28, 2010

1ª abordagem à luta de classes (sem ostracizada associação)

Do homem sapiens à luta glacial,
existindo sempre quem mandou
quem mandado indo se voltou,
açaimado à grinalda instrumental

- instrumento devoto do mandante
(alter ego hierárquico do nobre
ancinho do fio de livro à sorte) -
,por momento, só até novo montante,

independentemente do modelo,
vive sempre um núcleo, em fachada,
detendo no poder e capital

consoantes do tempo à evolução
que transmutam da luta de classes.
Saber só se caminha à simetria…

Saturday, February 27, 2010

Do 4º poder às espadachins agrárias pelas copas

Quem seriam robôs esclarecidos
sem programação esclarecedora?
Das verdades filtradas detentora,
na douta certeza dos prometidos,

essa programação leguminosa,
- nitroglicerina da opinativa
criogenia da nação sal primitiva -
movimenta-se e sabe-se estrondosa.

Sobressai-nos o quarto poderio
propagandeando-se no primeiro
guisado à bancarrota d’assobio.

Só valsas enfermeiras do dinheiro
se reorganizam em filantropas
espadachins agrárias pelas copas.

Tuesday, February 2, 2010

Haikais variantes à sombra dos homens bons

[um caminho, se mal medido,
cria novo dado formador]

[plantar frase no contador
sinaliza rio construído]

[ao circular em novo ser
de una seiva se faz fusão]

[mudar o ponto na visão
cria novo olhar ao mesmo ver]

Sunday, January 31, 2010

À sombra dos homens bons

A sombra dos homens bons se reflecte
enquanto luz estranha for estranha
por entre nós, crianças em assanha.

De modo bem distinto nos promete
que de tudo do quanto nós seríamos,
quando puros e cheios de esperança,
esquecido na guerra que véus dança,
ainda existe formando o que teríamos.

Que anjos que vagueiam o deixem
por apenas serem mais um ou uma,
iguais na multidão que cala a bruma,
santos irmãos d'amor que nos contem!

À sombra dos homens bons o sol se promete
a calendarizar em nós o que nos reflecte.

Friday, January 29, 2010

86 400s-1

Não posso deixar fugir os segundos!
Deixar que se diluam na ampulheta!
Não quero perder de mim a silhueta
da morte vivida sobre estes mundos!

Porque gasto meus escassos fundos
retornados a zero no que proponho?
Porque vivo assim como se estranho
espectador de meus ares profundos?

Delineio o plano e concretizo aforro.
Visto o futuro que espero e o aperto
com veludos e sedas em que acerto
linhas estranhas que as não percorro.

Não posso viver como se não morro!
Esquecer verdade no que me é vida!
Tapar com peneira acertada à partida
medos que me cegam no seu socorro.

Vivo sempre para o que um dia virá.
Acordo tarde por hoje mas não estou.
Nem estive nos dias em que me vou
aos lugares pedidos à espera que há!

Força me elevai a nobre e ágil acção!
Me levai em acordo contra a inacção
para os caminhos de meu pensamento!

Quero finalizar no aquando do retiro
serenado viver ao diário que suspiro!

Tenho que acordar para meu momento!
Que de nada do que vivi me arrependa!
Que de nada do que não me seja a pena!

Wednesday, January 27, 2010

O equilíbrio, a pergunta e a interdependência (vide Tendência infinita a partir do espaço!).

Tradição equilibra com Inovação que por sua vez equilibram com desenvolvimento harmonioso!
O que é a republica e o que é a monarquia? O que é realmente?
O que é liberdade? O que é democracia?
O que é menos liberdade? O que é menos ditadura?
O que é um giroscópio? E a bipolaridade?
O que é a comunicação? E um telescópio? Daqueles potentes! Mesmo potentes! Tão potentes que até dá para ver um outro mundo!
E os astronautas o que são? Navegadores? Serão?
E as ondas de rádio? E as grandes zonas sem recepção? Oceanos?
E o qualquer lugar do ar? E esquizofrenia?
E a guerra-fria? E a corrida ao poder? Ao domínio absoluto sobre os demais!
E o equilíbrio? A cooperação conjunta com vista a atingir um bem comum?
E as décadas, os anos, os séculos e os dias? Giroscopiam-se? Mas sempre tendenciosos? Ou nem por isso?
E a temperatura? O máximo o mínimo e o médio?
E o cordão umbilical dos fatos dos astronautas? E os mergulhadores? E o espelho dos fatos dos astronautas? Inversão necessária?
E os novos módulos pré-fabricados?
E o treino? A intensidade do treino! E a prática - Sem treino ou com treino? E os fatos de treino?
E o desequilíbrio aparentemente equilibrado no equilíbrio aparente?
E o desequilíbrio não aparentado e aparentado?
E o braço? E o baço?
E o obrigado? E a falta de respeito? Por nós…
E o lixo?
E a água?
À água com os astronautas! Ao espaço com os mergulhadores!

E essa tendência cíclica? Interdependente da interdependência! Dependente da dependência! E mesmo assim tendente até ao momento em que começa uma nova!
E ver a terra do espaço? Tão bonito que será!
E essa tendência? Está para mais infinito ou para menos infinito? E se virarmos o gráfico ao contrário? Será que muda a tendência de como olhamos para a terra? Ou ouvimos a música do disco?
E a televisão? A internet? A informação? O planeta!? O rádio?
E a noite e o dia?
E a eternidade infinita e o finito eterno?
E a família, os amigos, os vizinhos, os co-cidadãos? E os compatriotas? Os co-continentais? Os co-terráqueos? E os co-vialáctios ou vialactanos?
E os co-dimensionais? Os co-universais!?
E os co-espelhais? E os co-que ainda não imaginamos porque ainda não sabemos colocar a hipótese?
E a eternidade infinita? E o finito eterno?
E o céu? E o inferno? E os co-realidades-nossas? E as nossas co-realidades?
E o espelho de tudo isso, espelhando outro espelho que, por sua vez, espelha outro espelho que espelha o espelho que é espelhado ao infinito? E o infinito dessa teoria espalhada no infinito?
E a complicação? E a simplicidade?
E o infinito então!?
E se eu parasse com isto?

Saturday, January 16, 2010

Ideias das palavras versus vice-versa (ou: fiz-me entender?)

Paralelepípedos fluorescentes radiais!
Matrizes alcatifadas cognominarias!
Cornucópias intermitentes viscerais!
Matizes albardadas vicissitudinárias!

Romãs leoninas! Agrilhoadas pimentas!
Odores peregrinos! Fragmentários lilases!
Maçãs alcalinas! Ostracizadas ementas!
Rubores caninos! Indumentárias vorazes!

Hienas…
Teoremas…

Vácuos nebulizadores! Vernizes!
Filarmónicas tecelãs! Conservas!
Veneráveis sintetizadores! Gizes!

Vernáculos achigãs! Minervas!
Trovoadas colonizáveis herméticas!
Choupanas pressurizáveis ecléticas!

Continua…
Ao infinito…

Friday, January 15, 2010

Caravela de novos olhares por novos amares!

I

Irremediavelmente sinto saudades de algo que não sei!
É como se tivesse vivido uma outra vida! Um outro ser
que me prende em seu caminho de esperanças fugidias,

autónomas de meu consciente! Irremediável eu o sei!
Mas será que consigo equilibrar, com o que espero ser,
todo um passado obscurecido de névoas por categorias?

Vivo! Logo existo pelo menos para mim e para os meus!
Os que me conhecem que é o que sou! Neles me ramifico
neles sou! Nos restantes se não me sabem como o posso?

Vivo então! Para mim acima de mim! Para céus se meus!
E nos que me fizeram acreditar e aprender e me sacrifico
pelos meus! Dos que não me conhecem apenas me roço

por seus acreditares mais subconscientemente reflectidos!
E os tomo como meus! Acredito! É o que me sobra sim!
Vivo no que julgo! Sou a projecção desses sentimentos!

Sou os pomares de frutos maduros que ainda não colhidos
devo urgentemente recolher sob penas de que sendo assim
nenhum dos Deuses se me prontifica em seus momentos!

Vou em meus sonhos! Sim vou! Gosto de voar e obliquar!
Mas convém que me horizontalize e verticalize também!
Pisar com olhos de pisar o terreno em que me movimentar

apenas um pouco! Terra acima de tudo! Mas por baixo!
Ainda! Quero conhecer o que sou e ao que vim! Alem!
Alem está o que quero? Projecção de futuro que encaixo

como meu! Meus sonhos alem! Mas que faço? Luto bem!
com cortesia mas devo lutar pelo que julgo bom! De paz!
Como? Lutando sem garras, sem intermitente movimento

de desconexão com o que espero! O melhor para a Luz!
Que luz? Se tudo luz e é luz! Então de tudo se é capaz!
Lutemos então pela Luz! A paz a nós reflectido o vento

que cobiça ajudar a caravela por caminho que introduz
novos amares e olhares!


II

Reorganizo-me na sofreguidão de me mostrar assim
como o sou! Agenciado para momentos de montra!
Manequim do que julgo conveniente! Faço até moda!

Modelizo-me ao movimento do equilíbrio de carmim
esquecendo defraudadas expectativas que me encontra
o espírito, sedento de futuro, quando nem vê a roda

do presente reflectindo meu passado perpetuado no já!
Mas reflicto! Reflicto sobre o que quero para os meus!
Os que me sabem, os que nem imaginam meu esforço

por transportar de mim meus Céus no reflexo que há!
Comungo do lugar comum que todos os astros em seus
variantes esperam! Sou tudo e nada no todo do esboço!

Mas sou algo! Algo se ajuda! Ajuda ajudando no amar!
No sorriso pelo menos! Como principio multiplicador
de energia agilizadora de enformações materialmente

relevantes para a alma, se completas no seu multiplicar
de constâncias desfasadas de medos, tecendo o cobertor
da esperança constante do amor! Amar universalmente

nem que seja um pouco pode exponenciar esperanças!
E que força elas têm em suas reconstruções de razões
antes perdidas para medos reflexos de desassossegos

constantes da índole, que julgando cobra espeta lanças
em corda no escuro, destruindo eventuais valorizações
que lhe poderiam antever futura paz a mar de sossegos!

Seria eloquência do amor conseguir por ideal nas nações
como apego mais relevante o beneficio pelos modos!
Mas é essa eloquência positiva reflexo que devo fomentar

em mim, contribuinte de imposto que imposto eu supus
quando criança! Se me vão apagando os dias os fogos
não o devo deixar! Quero luzir esperança e sarar o ar

que cobiça ajudar a caravela por caminho que introduz
novos amares e olhares!

Thursday, January 14, 2010

This game of us!...

Every time that you want something to be real,
all you have to do is work your strength and will!
Don’t waste your time living the reason of your fail!
Spend just a while in the due season for your gale!

Then you can be you…
And everything you wanted to…

Drink and eat! Feel the rainbow!
This life is not an eternity.
Catch the moment! Close the rain!
The tears should not drop by your memory.
Oh! We... sometimes do not understand this game!

Tuesday, January 12, 2010

Novo blog sobre ensaios (ou coisa do género)

Decidi que era melhor criar um blog para estas parvoíces que ando a escrever agora! Quem não sendo poemas propriamente aproximam-se mais provavelmente de ensaios.

http://ensaiosdotudoedonada.blogspot.com/

Saturday, January 9, 2010

Do vinho e suas libações...

Do vinho I

Dionísio meu amigo
Como vais?
Sabias que te sinto?
E se calhar não…
É impressão.


Do vinho II

A dor mente …. Não sinto…
Não é do vinho.
Tem que ser de mim!
Dionísio não me auxilias?
Já sei que não! Sempre o soube!
Tem que vir de mim.
Mas falo com Baco?
Sou filho de Luso logo seu neto.
Será que me aproxima?
Tem que vir de mim?
De onde? Da Luz?
Não me seduz essa dificuldade…
Preferia antes que fosse simples.
Tenho que esperar antes essa verdade?
Mas ela reduz-me ao mecânico?!