Um pombo desceu voando pela rua feito falcão.
Duas pombas estavam no beiral do telhado.
O pombo assentou na platibanda por cima do beiral.
O pombo fez a dança opada para a primeira.
A primeira encolheu-se.
O pombo fez a dança ufanada para a segunda.
A segunda encolheu-se.
O pombo continuou a sua dança, empapuçado, para a segunda.
Ou foi um encolher diferente ou o pombo não percebeu o sinal.
Rodopiava feito doido o pombo inchado.
Virava à esquerda e à direita e contravirava-se ao ritmo da sedução.
Desceu da platibanda para o beiral rasando a pomba.
Ensaiou a aproximação.
A pomba voou para a caixa externa de uma persiana em frente.
Lá estava outro pombo. O outro pombo fez a dança pombalina.
A pomba voltou ao local de origem.
O pombo original tentou saltar para cima da segunda pomba.
A pomba passou por baixo.
O primeiro pombo ficou no meio das duas pombas.
O pombo saltou para a platibanda.
Em posição cimeira, o pombo, dançou novamente.
Acabou-se-me o cigarro.
Saí da janela e fui à minha vida.
O resto é lá com os pombos.
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