Ps:

Não liguem à eventual junção da musica com a poesia. Ainda n me dei a esse trabalho... nem sei se me vou dar... mas gostava... um dia
Alias... nem liguem à poesia... ainda n me dei ao trabalho... tenho mais que fazer... isto são só laivos de uivos à lua... mas gostava um dia...

Monday, March 29, 2010

O que somos no medo?

O que somos perante a condição
de não saber que não somos que somos?
Em que assomos durante a submissão
ao vão querer de assomos que não somos?

E somos natureza boa que reza
- Sempre que nos encobre a maldade.
- Sempre que nos descobre o medo
e somos a (dur)rud-eza que começa.

E se não conseguimos volta à (flexibil)idade
da original pureza de quem, crendo
que tudo por igual é bom, é bom?

                                

Saturday, March 27, 2010

Um sorriso da vida

Ondulam, os tecidos leves, no ar.
Ao fundo, no horizonte, o mar azul.
Partículas do sol, quase poente,
temperam a embriaguez deste lugar.

O sabor, num perpétuo travo a sul,
misturado em aroma à vida, mente.
Esquecendo invernais vicissitudes.
Suavizando no olhar o entardecer.

A brisa, em seu sorriso a plenitude,
pigmenta, as oliveiras pelo campo,
o azeite pela mesa, o olhar e o ver.

Os figos, a salada, o peixe assado,
o vinho, os sons. Um mundo, neste espanto,
com essa natureza do real.

Da Real Natureza é o Céu sonhado

Sunday, March 21, 2010

Um ciclo em estupidez (ou não...)

O amarelo é amarelo
O azul é azul
O vermelho é vermelho

A não ser que…

O amarelo não seja amarelo
O azul não seja azul
O vermelho não seja vermelho

Isto porque…

O amarelo não é amarelo
O azul não é azul
O vermelho não é vermelho

Mas aí já não poderíamos dizer que

O amarelo não é amarelo
O azul não é azul
O vermelho não é vermelho

Pelo que…

O amarelo é amarelo
O azul é azul
O vermelho é vermelho

A não ser que…

O amarelo não seja amarelo
O azul não seja azul
O vermelho não seja vermelho

Friday, March 19, 2010

Wednesday, March 17, 2010

Discurso de Fedro no banquete de Agatão

Em mil mortes seria o abandono de posto ou arma,
mais que perante exercito, perante amante,
na cobardia inflamada em coragem, que eros ama,
de quem ama saber morrer por semelhante.

Delito vergonhoso e ultraje em vil falta
para o amado, à assembleia e parente não tanto,
constitui-se à politica ideal, em flauta,
para o horror do vicio e a emulação do santo.

Às acções desonestas liga-se a desonra,
às boas acções liga-se o amor, nesta base,
em que do grande e belo se constrói a hora.

Que exercito de amor para o mundo chega-se.
Pois que o amante está mais por perto dos seus deuses.
Pois se encontra possesso pelo que a seus Deus

Isto do Fedro era tudo muito bonito se o amado não for vil. Para isso basta não ser amante ou amante verdadeiro. Se os dois forem amantes na mesma medida e de índole - que poderá influenciar/ser influenciada pela medida do amor- se calhar até há razão. Se houver um medida diferente já é pouco provável isto acontecer. E que é necessário para a mesma medida? Pois na sei... É isso que é interessante e caótico. O não saber (sobre tudo). E ter que viver sobretudo com o facto de não saber até morrer. Retomando. O truque para mim é acabar com o medo e o amor de Fedro é importante mas não suficiente. Bem era esse o objectivo do Platão. Estar errado... para depois estar eventualmente certo no amor universal. Que por sua vez, traduzido de volta a Fedro, faz este estar certo. Acertou apenas depois de estar errado sem mudar uma única palavra do que disse. Eheh E esta hein! - mas nas palavras não nas ideias. Eis o perigo das palavras utilizadas em desonestidade intelectual. E se calhar o tal amor universal é capaz de acabar com o medo sim... não sei.

Os Tradutores

Porque existem os grandes?
[escritores, poetas, artistas … ad infinitum]
Porque parece que sabem algo.
Algo que nós todos sabemos.
Mas não sabemos que sabemos.
Parece que levantam um véu.
[uma entrada para a antecâmara de nós próprios]

Parece que fazem magia com as [            ].
Guardam sentimentos. Eternizam momentos.
Criam o código genético da alma.
Não criam. Apenas reflectem. São espelhos de nós.
Os tradutores!

Um artista é um tradutor do mundo em perceptibilidade.
Por isso é que o mundo é tão sensível a isso.
Se não se sente traduzido não lhe agrada.
[Por mais que digam que as palavras são aquilo, se não se entender com o coração nunca serão]

Não consigo fugir desta atmosfera. Desta bola de luz.
Esta Terra minha e não minha.
Minha porque é minha
Minha porque não é minha.
Minha porque é minha.

Dou voltas mas estou aqui e preciso de um tradutor para isto.
Alguém que me ajude a perceber nem que seja um pouco.
Um pouco muito pouco. Mas mesmo esse pouco talvez de +/-.
                                                                                         [escolhe]

Bem. Existem os tradutores que dão uma ajuda. Mas pouca.
È por isso que são mágicos. Mas não todos e não na quantidade de magia pretendida.
No entanto, por vezes, sinto a magia de alguns.
Os grandes! Meus.
Os meus tradutores!
Que me aproximam um pouco mais da percepção
de que não sou nada.
Mas é um vício. Preciso cada vez mais de perceber que nada sou.
Assim, esperançoso, talvez possa fazer parte no tudo.

Mas e essa magia!? No que consiste?
Consiste no transporte. Uma dimensão que não sendo
a que queremos é necessária.
E fazemos essa viagem astral através dos grandes tradutores.
E de repente, por nós, sentimo-nos um pouco mais próximos.

E já não falo no electromagnetismo da palavra dita.
Estava apenas um pouco no da palavra pensada.
E apenas entrei um pouco pelo que é a magia.
Mas falei de tradução. Devo andar lá perto.

Sabem pq se faz poesia?

Sabem porque se faz poesia?

   No meu caso?
      Porque tenho necessidade de me parecer inteligente.
         Por me achar burro.
            [Acho me Sócrates no seu Epifânio.
            Só sei que nada sei (para alem do burro)]
      Porque ainda não tive inteligência
         Por não assumir condição humilde.
            [Vários são meus abalos à percepção.
            Desloco-a em retorno (para alem do humilde perceber)]

Bem... Quem escreve é porque não consegue fazer.
Quem lê é porque não consegue fazer …
e não consegue escrever.
Quem faz é porque consegue ler.
Quem faz o quê?
Escrever?
Ler?
Fazer? Quem faz fazer?

Quem faz o que faz?
O que se faz?
O que fazemos?
Será que alguém sabe?
Realmente.
SERÁ QUE ALGUÉM SABE?

As fitas da cozinha

Tava agora a pensar naquelas fitas mirabolantes em plástico
(verde branco e preto lembro me na minha onírica).

E o chão. Ao xadrez. Ainda se vê. Mas é tão entrada de outro mundo!
Como se as vivencias daquele lugar ainda estivessem por ali
      Não se querendo libertar porque foi bom.
      Não se querendo esquecer porque foi bom.
Mas, pensando bem, mesmo que tenha sido mau…
A vivencia fica sempre. Parece um resquício electrónico
Estática.
Parece que por vezes ainda ouvimos a emanação da aura.
Daqueles, que mesmo vivos, a emanaram.

Mas e entrar nessa aura conjunta do passado
- porta da aura conjunta do presente e do futuro?
São glimpses da ellectrodinâmica cerebral.
Momentos que alguns dispõem. Ou todos...
- que se calhar não foram habituados a …
                                                           (falar ou ver)

Ah já tava a pensar nos pobres.
Parece que os pobres não podem pensar.
E se pensam e não são ricos?

Qual é a lógica de pensar?

Há sobreviver?

Ah! Sobreviver.

Mas e então!? Que tem haver?
Que tem a ver?

A lógica da sobrevivência.     ?

Sim realmente não se pode caminhar para o espírito se não tivermos equilibrados





E as modas?!. E as modas.!?
Tava agora a pensar na repetição.
Desde que aprendi que tudo se repete com uma tendência nunca mais esqueci.
Parece me tão verdadeiro.
A teoria do ciclo!

O Ciclo! Será mesmo?
Daqui a mil anos falam que era daqueles da terra plana com sol à volta.
Acho que só é verdade até descobrirem que não é.
(Mas se descobrirem que não é acaba por ser)

Mas e as fitas? As fitas mirabolantes que fazem entrada num quadro de auras esquecidas ou levemente ramificadas nas paredes e moldes?
Fazem mesmo. Parece que vejo a cozinha…

Que significa a cozinha?
E os fios de linhas tresloucadas em esfregonas impregnadas?

A insustentável leveza do ser que é?

A insustentável leveza do ser que é?
A verdade é que nunca percebi.
Tenho que perceber mais para perceber

Não me sinto conectado. Ainda não.
Parece que estou quase mas falta-me sempre         -
Como “A Escada”.

Sabem o que é estar conectado?
Ter aqueles glimpses da internet do Eu superior?
Sim. Porque a internet é uma metáfora.
Porque a internet é uma personificação electrónica

A verdade é                   li: no final fiquei
                   que quando                         triste (não é bem)
é mais submerso ou emerso e até insustentavelmente pesado

No início não percebi.
Mas tentei e tentei e tentei.
E quando consegui ultrapassar a vontade da minha cegueira
comecei a ver que era só uma porta para algo mais simples.

Mas esse simples tornou-se tão complicado
Que ainda hoje penso nisso. No simples e no simples.

Faz o que quiseres

Faz o que quiseres
O que te apetecer
Pois que se não me queres
Nada mais posso fazer.

Perdi-te nas horas em que me perdes-te
Perdeste-me nas horas em que te perdi
E não nos perdemos porque não nos tivemos
Na realidade nunca nos tivemos
Não somos senhores de escravos.
Mas por momentos, por leves e particulares,
na partícula do átomo do momento,
tivemo-nos. Sim houve esse toque.
Etéreo mas sublime no seu etéreo.

Tuesday, March 16, 2010

Sub

Mostrem-me um poeta que rime sublime
E que depois desconstrua as palavras
Ganhando um ritmo próprio e firme
Fazendo jazz hipnótico às amadas

Mostrem-me esse além que não conheço
Que ainda ninguém me mostrou
E não tive paciência e tempo reconheço
Que não procurei ou se enevoou

Mas que é rimar sublime que é
Subjectividade de ritmo de ideias
De formas de palavras ou que é

De sentimentos de luzes anciãs
Se padronizamos é pelas veias

Wednesday, March 10, 2010

O grito etéreo da ansiedade

Que grito é este que assoma do vazio
das eternas tarefas a acabar?
Bordado dos milénios a ecoar
que me zune em nenhuma voz o frio.

Partículas da feira universal
desintegram-se em ásperos ruídos.
Ocos. Em sede. Ao impregno dos sentidos.
De inaudível loucura comensal.

Tudo no meu ser priva com o inerte
e insuflável anseio da explosão
que promete o silencio apaziguante.

Questiona-se ainda pelo interruptor
- vago lume clemente da ilusão
que enganador momento me é calmante…

Thursday, March 4, 2010

O astronauta

Viajo nas noites quentes de verão.
Flutuo na languidez prosaicamente
extraída do olhar, que vai cedente.
Sedento das estrelas… na ilusão

que nauta acedo espaços siderais.
Siderado, aos mundos inexplorados,
etéreos navios naufragados,
volto à realidade que encontrais.

Na lua luz, suavizante em águas calmas,
na densidade morna em retempero
do sorriso da pureza das almas,
reconduzo os caminhos do que quero.

Olho cada vez mais para um futuro
matiz ao natural. No qual perduro...

Tuesday, March 2, 2010

As Golden Shares

A pobreza…
faz-nos restringir os custos da existência.

Os pobres, para a disciplina, não precisam fazer tropa.
Já a ganharam toda aos dias de ábaco…
Se a fazem é pelos seus reduzidos custos.

É mais proveitoso a um estado beligerante ter pobres.
A um estado social é perigoso. Custam dinheiro.

A verdade é que nunca fiz as contas. Nem as sei...
Se os pobres custam dinheiro… Viva a segurança social!
Só assim se acaba com os pobres. Ou então…

Ah! Já me esquecia…
temos o problema do envelhecimento demográfico…

Como será que funciona a autonomia da segurança?
Não me parece que seja um imposto… não…
lá até diz que é uma contribuição…
Se calhar é melhor acabar antes com os velhos…

Então e se acabássemos com os impostos?
Não servem mesmo para nada…
e cada um resolvia-se à sua maneira…
[- Mas os impostos tem uma função social!] os que têm...
[- Nós somos o Estado!]
Somos donos de acções no bem comum?!... Concordo...
O problema está nas Golden Shares…
essas acções especiais que dão poderes de super-homem…
mas só o poder não as acções…

Ah! As Shares... e então se forem Golden!…

Monday, March 1, 2010

Como um tremor de terra me levou estranhamente à estranheza de um nó (Como um tremor...)

I
Gostava de não saber o que é estar soterrado
em escombros durante um dia… [           ]… uma semana!

II
Gostava de não saber o que é sobreviver a uma catástrofe
inimaginável,
perder de mim os meus,
para sucumbir a minha condição de humano aos afazeres
dessa sobrevivência.

III
Gostava de não saber muita coisa…
Tenho esperança de não saber muita coisa...
Contraponho a esperança que tenho de muita coisa saber.

III 1/2
Estranhamente estranho esse contraponto tão natural como o dual.
Estranhamente…
É estranho!
Acho até que olhando bem para a palavra
ESTRANHO me parece estranha. Mas são momentos
de estranheza. È natural.
Normalmente não se me estranha nada e
vivo como se nada se me estranha-se.
O que, agora, me é estranho. Deveria estranhar mais vezes...
Gosto de estranhar apesar de me ser estranho.
É que se
me apraz estranhamente o gosto dessa estranheza.

PS:
Estou a falar da estranheza de estranhar o que não se estranha.
Não falo da estranheza de estranhar o que nunca se estranhou.

PS 1/2
Mas - e depois de tudo disto - o que é afinal estranho?

PS 1/4
Fui ver ao dicionário e… tchan tchan tchan tchaaan!

PS 1/8
1. não habitual; desconhecido
2. esquisito; anormal
3. desusado
4. espantoso; extraordinário
5. que é de fora; estrangeiro

PS 1/16
Estranhamente acho que a ideia
que tenho      é e não é
                o que a palavra quer dizer.

PS 1/24
De modo estranho fui ver em que parte do estranho
o estranhamente do    PS1/16    se enquadra. E fiquei ainda
em duvidas se as ideias
das palavras são as palavras das ideias.

PS 1/48
Acho que estou a ficar confuso. Se
é por isso que não estranho mais vezes…
não gosto de nós no cérebro. Apesar de que
depois
é estranhamente bom desatá-los.

O Encontro

Espatafurdiando ignominias
enfatuadamente e impudicamente.
Patenteando altanaria conspectual.
Fruindo até de estúrdia medonha!
Quim Sá?!

- Estou?! Sim! N tou a ouvir bem.

Lascivos guaxinis de prazer      cães da índia
frutas selvagens      porcos lambidos
e até dromedários embevecidos pelas pétalas dos botões de rosa.

No final, depois de se passarem as galinhas de cabidela e o arroz de marisco,
fica a carne de porco à alentejana.

- Ah! Ok! Pode ser. Combinado!

O vicio do suplicio

Que subtileza a minha
olhar e não ver.
Mas vendo quem caminha
- quem tem esse poder -
sinto-me velho de anseio
de querer não ser burro.

E burro sou se maneio
à inteligência seu muro.

E não sei não ver - como um dom -
E não sei querer - como a um dom –

Quanto isso é suplicio.
Porque não me compadeço?
Quanto isso tem de vicio
em que vivo e me perco.