I
Gostava de não saber o que é estar soterrado
em escombros durante um dia… [ ]… uma semana!
II
Gostava de não saber o que é sobreviver a uma catástrofe
inimaginável,
perder de mim os meus,
para sucumbir a minha condição de humano aos afazeres
dessa sobrevivência.
III
Gostava de não saber muita coisa…
Tenho esperança de não saber muita coisa...
Contraponho a esperança que tenho de muita coisa saber.
III 1/2
Estranhamente estranho esse contraponto tão natural como o dual.
Estranhamente…
É estranho!
Acho até que olhando bem para a palavra
ESTRANHO me parece estranha. Mas são momentos
de estranheza. È natural.
Normalmente não se me estranha nada e
vivo como se nada se me estranha-se.
O que, agora, me é estranho. Deveria estranhar mais vezes...
Gosto de estranhar apesar de me ser estranho.
É que se
me apraz estranhamente o gosto dessa estranheza.
PS:
Estou a falar da estranheza de estranhar o que não se estranha.
Não falo da estranheza de estranhar o que nunca se estranhou.
PS 1/2
Mas - e depois de tudo disto - o que é afinal estranho?
PS 1/4
Fui ver ao dicionário e… tchan tchan tchan tchaaan!
PS 1/8
1. não habitual; desconhecido
2. esquisito; anormal
3. desusado
4. espantoso; extraordinário
5. que é de fora; estrangeiro
PS 1/16
Estranhamente acho que a ideia
que tenho é e não é
o que a palavra quer dizer.
PS 1/24
De modo estranho fui ver em que parte do estranho
o estranhamente do PS1/16 se enquadra. E fiquei ainda
em duvidas se as ideias
das palavras são as palavras das ideias.
PS 1/48
Acho que estou a ficar confuso. Se
é por isso que não estranho mais vezes…
não gosto de nós no cérebro. Apesar de que
depois
é estranhamente bom desatá-los.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment