Ps:

Não liguem à eventual junção da musica com a poesia. Ainda n me dei a esse trabalho... nem sei se me vou dar... mas gostava... um dia
Alias... nem liguem à poesia... ainda n me dei ao trabalho... tenho mais que fazer... isto são só laivos de uivos à lua... mas gostava um dia...

Thursday, February 17, 2011

A natureza de uma certa coisa

Vai contra a minha natureza viver como escravo.
Não sei como alguém pode viver uma vida destituída.
E no entanto escravo o sou, em minha ânsia de liberdade.
Curioso como os extremos se tocam, e não querendo ser escravo
escravo sou.


É da natureza das coisas serem o seu contrário.
É da minha natureza essa escravização que faço de meu espírito.
O destino que me compete e que, mais uma vez seguindo o contrário,
não me compete - seja o destino seja a competência - pela inversão
da natureza das coisas.


Mas vai contra a minha natureza viver como escravo.
Preferia antes morrer de fome do que morrer de espírito.
E pergunto-me: será que alguém realmente tem o desejo sublime
de ser escravo como opção de vida?
Creio que será ou um acomodar pelo medo ou uma falta de consciência.
Ambos, no entanto, por alienação de um facto inalienável: A morte!
O que é o medo de morrer se não a falta de consciência perante essa inexorabilidade?


Portanto vai contra a minha natureza viver como escravo.
E no entanto vivo como um. Não sei porquê.





Saturday, February 5, 2011

Nevoeiro e visão

Soltem as amarras da ocasião

Que fique translúcida do momento

Que fique.

Embriagada e vibrante de elevo

Do Oriente.

Que fique.



E após este

Eis que nada mais se me apraz

De já do que já vi - vulgo dejávu.


E eis que pois que fique o tique:

De abominações lascivas;

De inebriantes tentativas;

De ocultadas figuras de espiritus resolutus

Em suas aguerridas tréguas.



Olhais então a insustentavel materialidade.