Ps:

Não liguem à eventual junção da musica com a poesia. Ainda n me dei a esse trabalho... nem sei se me vou dar... mas gostava... um dia
Alias... nem liguem à poesia... ainda n me dei ao trabalho... tenho mais que fazer... isto são só laivos de uivos à lua... mas gostava um dia...

Monday, April 19, 2010

A campainha e a porta

Tlim Telão! Fez a campainha.
E eu fui abrir a porta.

Tuesday, April 13, 2010

O jantar

À luz tépida da primeira estação da noite
nos se despertava, em cada sorriso do olhar,
em cada sorriso em namoro dos espíritos,
o sentido não urgente da união dos corpos.

Que se namorasse o espírito livremente!
Para que, saciado, e que ainda assim faminto,
quando chegado a hora de namorar o corpo,
os templos do lobo e do gato se vissem.

Que, pelos tempos da dança das estrelas,
leves de outros, pesados fardos do dia-a-dia,
em liberdade pelo prometido e já em anseio,
se alcançassem em físico e etéreo amor.

Ah! Que seria da electrizante sedução da carne
sem a voluptuosidade de um beijo do espírito?

Sunday, April 11, 2010

Mar Fiel

Bem-aventurada ò água que saciais minha sede.
Quanto vos peço e soou enquanto me banhais ò mar?
Quanto de mim levais e purificais nessa liturgia divina?
Quanto me aproximais de ser nessa oração que faço?
Quanto de meu esquecimento nesse leito revigorante?

Bem-aventurada ò água que me cobris de estrelas.
Quando manso, o mar se perpetua em mim e eu me perpetuo nele.
Quando forte, o mar me perpetua o assombro de minha débil forma.
Quando longe, o mar me perpetua a saudade que a ele se declama.
Quando subtil, no ser o inebriante perfume das flores desse jardim.

Bem-aventurado ò Mar. Que seria de mim?
Sem a contemplação desse infinito conhecido na derme mais fina.
Sem a procura constante a que me levais – fico sedento ò Mar.
Sem as respostas a que me fazeis chegar como a um cais seguro.
Sem a serenidade das tuas tormentas. Ò Mar tormentoso e doce.

Sois vós ò Mar um dos deuses da reencarnação?
Sois vós que cobris o espírito com a sabedoria das vidas infinitas?
Que fazeis compreender-nos o devido lugar no seio de nossa mãe?
Que ajudais ao compromisso que temos para connosco animais?
Que nos alertais para os evangelhos do equilíbrio?

Sois vós pois um dos vectores do círculo triangular?
Sois vós que nos lembrais que Deus é o tudo e que tudo é Deus?
Sois vós que clamais pela paz nesta guerra com destino fratricida?
Ò Mar que toda a vossa magia nos possa beijar e acariciar a alma.
Que nos permita ver e sentir o que É, ò Mar tormentoso e doce.

Sois vós um dos fiéis princípios de Deus.

Mil estrelas chorarão…

Desembarco em ti meu fiel património.
Desaguam minhas esperanças apenas em te ter
Contemplar e partilhar porque não és meu unicamente.
Sei que és do tudo de Deus, meu fiel património.
Sei que não te posso aprisionar para mim. Mas em mim.
Ao te aprisionar tua beleza desvanecer-se-ia
Esquecida dos olhos e memórias dos que não te conheceram. | Stop
E se por acaso definhasses por tal prisão e esquecimento,
Perecesses por tal desconhecido descontentamento,
Mil estrelas chorariam a perda de irmã querida.

Mas que mal fizeste tu meu querido património?
Como já vais no esquecimento de muitos de teus filhos?
Deambulam já feitos semi-deuses e te chagam deambulando.
Esquecem que para reinar tem que haver reino conhecido.
Meu querido património. Que te perco a cada palavra dita.
Que te perco a cada palavra não dita. Que te perco em deambulo.| St
Já não vejo a beleza de outrora. Desequilibram-te. Empurram-te.
Afastam-te como a um velho desprezível que deve ser esquecido.
E quando te perder completamente e sem retorno? | Stop
Mil estrelas chorarão a perda de irmã querida.

Thursday, April 8, 2010

Encravo o escravo que trago se escrevo (ou travo ao trago na língua e na cor pó)

Encravo o escravo que trago se escrevo.
Consigo, se consigo amigo sigo,
somente a mente, que, só mente, mente
comigo que do trago que dou quedo.

Travo o travo do trevo se me atrevo.
Se a migo dou. Se, amigo, dou comigo,
que sendo no que cedo, eu sedo cedo
a mente amiga que miga e se mente.

À semente plantada, de tal forma
parece curioso que, se há mente
em forma, não se enforma já cor e osso.

Mas é a mente que fica com o travo,
após trago de-mente , e ao corpo cravo,
a pós, os nós da cor, pó de dor-mente.