Ps:

Não liguem à eventual junção da musica com a poesia. Ainda n me dei a esse trabalho... nem sei se me vou dar... mas gostava... um dia
Alias... nem liguem à poesia... ainda n me dei ao trabalho... tenho mais que fazer... isto são só laivos de uivos à lua... mas gostava um dia...

Sunday, July 25, 2010

A arte do telhado de vidro.

Sinto-me diminuído pelo tempo
Como todos se sentirão por ventura.
Os que não sabem envelhecer
Os que procuram a lua.

Crio expectativas. O tormento
de objectivos a alcançar inalcançáveis.
Batalho até me entorpecer.
Não vejo quanto me são frágeis
os telhados sem alicerces.

Luto para cair se não luto pequenas fracções.
A arte suprema é vencer cada segundo. Não cada vida.
A vida não se vence. Não se luta. Não se batalha.
A vida vive-se. O que se luta é pelo segundo.
Por cada golfada de ar.

Definido o plano maior eis que se impõe definir os menores.
Definidos os planos menores eis que se impõe lutar por eles.
Nada mais nada nesse momento. Nessa luta não pode haver.
Esse momento é só desse momento se não não é.

E pela sucessiva contemplação dessas pequenas vitórias
Eis que chego aos vectores do telhado. Sem dar por isso.
Quase como se acontece-se por obra e graça do destino.
Um telhado não se constrói sobre nuvens.

As nuvens apenas servem para sonhar o telhado.
Depois há que colocar cada tijolo no seu lugar.
Cada momento por momento. Cada coisa por coisa.
Cada pequeno espaço de tempo seguido por cada outro.
E nada mais. Nada mais. Nada mais.

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