Olho para mim (ao espelho)
E acho que a minha cara não é aquilo que sou.
É como ouvir a nossa voz gravada.
Completamente diferente da que ouvimos.
Quando falamos.
Suponho que o espelho seja como um gravador.
Mas sem memória.
Não tenho é alternativa ao espelho
Como ao gravador.
Ah! Os lagos e as águas límpidas e calmas do mar.
Mas vejo o mesmo. Mas mais deturpado.
Ah! As câmaras de vídeo e de fotografia.
Mas vejo o mesmo. Mas ainda mais deturpado.
Suponho que o mal menor (no meu caso)
Será mesmo o velho espelho.
E no entanto somente por vezes (poucas)
É que realmente me vejo.
Nas outras é um ser estranho que ali está.
Não sou eu. Não. Não pode ser.
E acho que ainda sou o que me via há 10 anos
(pelo menos - e falando no sentido estético).
E acho que não há espelho que me reflicta.
A não ser que olhe distraidamente
E com muita atenção para os meus olhos.
Saturday, July 31, 2010
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