O que existe é o que me é/foi dado ao ver
-não à visão.
Existe porque vejo.
O que existe é o que me é/foi dado ao tocar
- não ao tacto.
Existe porque toca.
Podem dizer que existe
- que não tendo visto não existe
- que não tendo tocado não existe
Tudo o que visto - e tocado – existe.
Até o, em delírios dilacerantes e equivocados,
existir de minhas suposições frenéticas, existe.
Tudo o resto não existe.
Mas, se não existe, existe
porque precisamente não existe.
Este é o não existir que, me tocando, eu vi.
O não existir que não me tocou continua a não existir.
E no entanto existe…
e voltamos à elipse de mil espelhos que reflectem mil espelhos
e exponencialmente se multiplicam até ao infinito que existe.
Monday, October 18, 2010
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