Ps:

Não liguem à eventual junção da musica com a poesia. Ainda n me dei a esse trabalho... nem sei se me vou dar... mas gostava... um dia
Alias... nem liguem à poesia... ainda n me dei ao trabalho... tenho mais que fazer... isto são só laivos de uivos à lua... mas gostava um dia...

Saturday, April 9, 2011

Ermegildo ressuscitado

Ermegildo ressuscitou - disse-me ele.
Disse-me ainda que tinha visto algo.
Que algo foi esse? – perguntei.
Mas morreste? Foi? Ou estás a falar metaforicamente?

Não me soube responder.
E assim fiquei eu nestas dúvidas.

Porquê? Porque é que se me colocam sempre estas questões
De difícil análise?
Porque tenho que ficar insaciado ao ponto de quase enlouquecer?

Ermegildo olhou para mim espantado.
Não sabia o que dizer.
Não esperava que eu tivesse esta reacção.
Que poderia ele esperar? Afinal não estava preparado
para ressuscitar.
Muito menos para as minhas questões de ordem metafísica
que apenas resvalam para a ordem prática dos que praticam
a prática da metafísica.

Ermegildo era prático. Apenas sabia que tinha ressuscitado.
Quando morrer novamente logo penso nessas coisas pensou ele
-certamente.


(E para quê pensar na morte ou nas consequências da vida que se leva?

Gostava de ser prático como o Ermegildo. Mas não sou. E vou enlouquecendo pouco a pouco. Gostava de ressuscitar como o Ermegildo. Mas não ressuscitei. E ele não me soube dizer como era lá do outro lado. Do lado da confusão. Lá terei que relativizar esquecendo-o enquanto for vivo.

Mas se faço isso então que objectivo o meu? Ser rico (dinheiro)? Ser feliz (dinheiro)? Como dinheiro)? Se não acreditar num julgamento no divino...É roubar. É matar... sem ser apanhado – há muita forma não é? Passeava alegremente pela rua como se não fosse eu. Exigia respeito porque era doutor… de alguma coisa (dinheiro).

Qualquer um é doutor... desde que tenha dinheiro. Não importa de onde nem como…nem que tenha vindo de relegar à pobreza um conjunto de indivíduos que multiplicaram a histeria animalesca da sobrevivência ao ponto de causar o sacrifico litúrgico dos homens bons (assim não empenhados convenientemente no despertar).

- Para mim os políticos dilapidadores (ladrões) são os piores animais que podem existir. Aproveitam-se da esperança. Da esperança depositada. De milhares depositada… e fazem o levantamento dos vulgos metais que, na sua triste forma de ver, lhes conferem respeito. Que pior forma de viver. Não vêm que não têm respeito de ninguém de boa índole a não ser dos parasitas seus pares?

- A triste questão da licitude e da moralidade. Muito lícitos certos políticos sim senhor... Pois que cada ladrão desses cria mais de cem na rua. Rezo para que haja Deus… e o Diabo…

Mas quem foi que me pôs esta ideia de julgamento? de boas acções? E a dúvida? A constante dúvida. Quase certeza. Mas ainda assim... dúvida. Devemos ser bons ou não? Que exemplos para seguir de ordem prática? Não metafisica. - Não quero os santos canonizados Tudo o que vejo: os bons: coitados e tolos… gozados por serem bons. )


Porque foi que me ressuscitas-te Ermegildo?
A lógica da sobrevivência confere-nos ainda acidez espiritual?
Para que foi que me ressuscitas-te Ermegildo?

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